quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A doença do século XXI

Mesmo considerada como um problema de saúde pública, ainda há uma resistência na aceitação da depressão como uma doença, e só quem sofre com ela sabe o quanto isso pode prejudicar no tratamento

por Júlia Pontes e Renata Bellato

A depressão é uma doença psiquiátrica cujos sintomas mais comuns são desânimo, apatia, tristeza, sentimentos de culpa e pensamentos de morte, e já é considerada a doença do século XXI. Segundo os psicólogos, o número de pacientes que tem sido diagnosticados com depressão é alarmante, e você, com certeza, conhece e convive com alguns dos causadores dessa doença.

Apesar de poder existir uma porcentagem genética que desencadeia a depressão, na maioria dos casos há algum acontecimento que marca o início da doença, como por exemplo, a perda de um emprego ou de um ente querido. Alguns acontecimentos que são bons, mas que causam mudanças na vida de uma pessoa também podem acarretar a depressão, como por exemplo, uma gravidez, na chamada depressão pós-parto.

Saber lidar com essas mudanças cada vez mais rápidas, e por vezes traumáticas no cenário do século em que vivemos não é uma tarefa fácil e às vezes algumas pessoas não conseguem superá-las. Procurar a ajuda de um profissional da área quando os sintomas da doença perduram por mais de duas semanas é o indicado. Esses profissionais vão trabalhar com a mudança de pensamento do paciente e vão ajudá-lo a dar uma nova significância aos seus sentimentos relacionados com a depressão e como administrar essa doença.

Tratamento

O tratamento consiste na psicoterapia e em um acompanhamento psiquiátrico, que é feito com o uso de medicamentos, os chamados antidepressivos. “Às vezes o sujeito chega a um grau de tristeza que não consegue transformar em palavras a sua dor”, conta a psicóloga Joana Dias. O uso desses medicamentos atenua os sintomas ajudando o paciente a externalizar o que sente, e tornando possível o tratamento junto aos profissionais. Geralmente em torno de três meses a melhora já consegue ser percebida.

Amélia Gasparotto foi diagnosticada no final de 2001 com depressão. “No começo eu não sabia o que era, achava que era só dor de cabeça. Enxaqueca dia e noite. Fui ao neurologista e ele me falou ‘Você está com depressão’”, conta Amélia. Ela relata que sentia, além das dores de cabeça, tristeza, um vazio e o choro era constante. O processo entre a descoberta da doença e a completa cura foi longo, duraram quatro anos. 



Imagem: mascaras