Mesmo considerada como um problema de saúde pública, ainda há uma resistência na aceitação da depressão como uma doença, e só quem sofre com ela sabe o quanto isso pode prejudicar no tratamento
por Júlia Pontes e Renata Bellato
A depressão é uma doença
psiquiátrica cujos sintomas mais comuns são desânimo, apatia, tristeza,
sentimentos de culpa e pensamentos de morte, e já é considerada a doença do
século XXI. Segundo os psicólogos, o número de pacientes que tem sido
diagnosticados com depressão é alarmante, e você, com certeza, conhece e
convive com alguns dos causadores dessa doença.
Apesar de poder existir uma
porcentagem genética que desencadeia a depressão, na maioria dos casos há algum
acontecimento que marca o início da doença, como por exemplo, a perda de um
emprego ou de um ente querido. Alguns acontecimentos que são bons, mas que
causam mudanças na vida de uma pessoa também podem acarretar a depressão, como
por exemplo, uma gravidez, na chamada depressão pós-parto.
Saber lidar com essas
mudanças cada vez mais rápidas, e por vezes traumáticas no cenário do século em
que vivemos não é uma tarefa fácil e às vezes algumas pessoas não conseguem
superá-las. Procurar a ajuda de um profissional da área quando os sintomas da
doença perduram por mais de duas semanas é o indicado. Esses profissionais vão
trabalhar com a mudança de pensamento do paciente e vão ajudá-lo a dar uma nova
significância aos seus sentimentos relacionados com a depressão e como
administrar essa doença.
Tratamento
O tratamento consiste na
psicoterapia e em um acompanhamento psiquiátrico, que é feito com o uso de
medicamentos, os chamados antidepressivos. “Às vezes o sujeito chega a um grau
de tristeza que não consegue transformar em palavras a sua dor”, conta a psicóloga
Joana Dias. O uso desses medicamentos atenua os sintomas ajudando o paciente a
externalizar o que sente, e tornando possível o tratamento junto aos
profissionais. Geralmente em torno de três meses a melhora já consegue ser
percebida.
Amélia Gasparotto foi
diagnosticada no final de 2001 com depressão. “No começo eu não sabia o que
era, achava que era só dor de cabeça. Enxaqueca dia e noite. Fui ao
neurologista e ele me falou ‘Você está com depressão’”, conta Amélia. Ela
relata que sentia, além das dores de cabeça, tristeza, um vazio e o choro era
constante. O processo entre a descoberta da doença e a completa cura foi longo,
duraram quatro anos.
Imagem: mascaras
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