Como se dá a transição para um dos momentos mais curiosos da vida
por Júlia Pontes e Renata Bellato
A passagem da infância para a adolescência é um dos espetáculos mais intrigantes tanto para quem o vive, quanto para quem o estuda. Assistir o próprio corpo mudar em frente ao espelho, ver novos questionamentos perpassando a cabeça e conseguir compreender tudo isso sem se esquecer de lidar com as novas responsabilidades não é algo fácil. Essa transição é muito complexa até para os psicólogos, que tentam destrinchar e entender ao máximo tudo o que acontece nesse período.
De acordo com a psicologia, a infância é um estágio que vai dos 0 aos 10 anos de idade, sendo que, dos 0 aos 4 anos é a chamada "primeira infância" e dos 5 aos 10, a segunda infância. Nessa fase, a criança desenvolve a linguagem, constrói sua personalidade e começa a interagir socialmente. É um momento em que há a presença muito forte da fantasia, um item fundamental para o desenvolvimento.
Segundo a psicóloga Rosângela Martins, a fantasia serve para ajudar a criança a entender o que se passa ao seu redor e também para identificar seus sentimentos. "Por exemplo, uma criança pode fantasiar ser um super-heroi procurando compensar a fragilidade que sente", diz. Aos poucos, na medida em que a criança vai crescendo e adquirindo conhecimento, ela já consegue definir os limites entre a ficção e o real.
Com o crescimento e a aquisição de informações e de experiências, ou seja, com as descobertas, o indivíduo vai deixando a infância e vai entrando na adolescência. Para a psicóloga Liliane Maceno, as descobertas compõem o principal marco dessa transição, já que, com elas, as fantasias de criança vão perdendo o espaço que tinham.
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