Jogos online produzem danos à
infância e a longo prazo, alertam psicólogos
por Júlia Pontes e Renata Bellato
As luzes coloridas e os jogos
cada vez mais criativos são alguns dos elementos que despertam o brilho nos
olhos das crianças sobre os aparelhos tecnológicos. Os tempos são outros. Ao
invés de implorar a seus pais mais cinco minutos de brincadeiras nas ruas ou na
casa daquele amigo, a criança hoje suplica mais dez minutos em frente aos smartphones, tablets e videogames.
A pesquisa TIC Crianças 2010,
realizada pelo NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), contou
com respostas de 2.516 crianças de cinco a nove anos em todo o Brasil. Os dados
apontam que 59% das crianças já utilizaram um celular, enquanto que a porcentagem
daquelas que já têm o próprio aparelho varia: 24% com nove anos de idade, 16%
aos seis anos e 7% aos cinco.
Por mais divertido e prático que
possa ser o entretimento com essas novas tecnologias, o excesso de exposição
atrapalha o desenvolvimento de uma infância saudável, tanto do ponto de vista
físico, quanto psicológico. A pediatra Áurea Menezes concorda que esse uso,
quando limitado pelos pais, ajuda na memória e no raciocínio, mas "Toda
criança precisa de atividade física. A diversão concentrada apenas em celulares
e afins forma uma criança sedentária, prejudicando seu metabolismo",
afirma.
O sedentarismo na infância acaba
fazendo com que a criança tenha uma alimentação ruim, tornando-a suscetível a
ser obesa e a ter problemas como pressão alta e diabetes. Sem contar que a
visão é forçada o tempo todo, o que causa problemas a longo prazo, como a
miopia (dificuldade de ver ao longe), a hipermetropia (dificuldade para ver de
perto), e a vista cansada (dificuldade para enxergar de perto e de longe).
Imagem: tablets